Luis Bacedoni
Já não ouço rumores
do povo lá de baixo
Já não sou escravo
do escárnio, do orgasmo
Lamento,
a angústia já não bate à minha porta,
na gaiola restou a carne morta
e uma ejaculação inértil.
Tempo se foi, não volta mais,
na prisão do ar infértil
que a língua do pobre fétido
não me atingirá jamais.
Sem o encargo da utopia
daquela cabeça vazia,
minh'alma paira leve
sobre um campo mui sereno,
onde o pássaro plana livre,
bem distante do veneno
daquele ser pobre e pequeno.
Gravataí, 30 de novembro de 2001
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