A Gripe do Porcão

Luis Bacedoni
Achei estranho quando o cachoeirense Vilnei Kohls, que agora está filmando uns curtas na terra natal, batizou um dos filmes de "O ataque do Dengão." Ele abordou de forma bem humorada a propagação da dengue no país. Pois agora, em tempo de H1N1, me ocorreu que estamos vivendo a fase da "Gripe do Porcão." O alarme em torno da doença é exagerado demais. Para se ter uma ideia, o pobre vírus só matou pouco mais de 700 no planeta inteiro, muito menos que o trânsito brasileiro e a fome nacional. O parente mais próximo do H1N1, o vírus da influenza, levou desta para melhor nada mais, nada menos que 17 mil no Brasil, somente no ano passado.
Enquanto a mídia trata de criar pânico geral, tem gente faturando com a nova gripe e não são só os fabricantes e comerciantes de máscaras e de Tamiflu, o antibiótico que dizem nocautear o tal de vírus. Mariazinha, uma velha conhecida, contou-me outro dia que encontrou no H1N1 a sua salvação. Para se livrar do encosto do marido, gordo que nem o porcão, chega em casa todos os dias de máscara. Tosse tanto que as cordas vocais estão por um fio. Desconfiado da própria sorte, o Porcão está dando um tempo: dorme na sala e até retirou a escova da cestinha cor-de-rosa do banheiro. Entre um espirro e outro (tudo produzido à base de muito talento), Mariazinha vai mantendo a peste do marido bem distante. Enquanto isso, Zé do Reciclável continua faturando a doida mascarada, que está faturando e sendo faturada, tudo com os auspícios da boa gripe A.
- Atchim!
Credo! Fui.


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